Estava lendo o blog do Dennes Torres e um dos seus posts era sobre a utilidade da OOP, no qual era citado um site que criticava a OOP. Pois bem, estava eu lendo os artigos deste site quando encontrei um que me fez refletir bastante. O artigo Has I.T. Gone To Pot? discute sobre todo o auê que é feito em torno de novas tecnologias como sendo as salvações para todos nossos problemas e traça um pararelo entre a indústria da tecnologia e a da moda (!).

Isso me fez pensar em quantas vezes não abraçamos uma determinada tendência sem ao menos nos perguntarmos o porquê de estarmos fazendo aquilo e se realmente precisamos dela. Agora mesmo estamos vivendo um destes momentos: há uma grande expectativa sobre o lançamento da versão 2.0 do .NET Framework. Ele ainda está na fase Beta, mas já existem muitos artigos e sites sobre o assunto. Todo mundo fala e quer entender um pouco mais sobre ele (inclusive eu!). Mas, será que isso é correto? Será que ele é tão inovador assim? Será que valerá a pena gastarmos nosso escasso tempo (e dinheiro) tentando aprender suas novas funcionalidades e deixar para trás tudo que aprendemos até agora? E como convecer a empresa a trocar do Visual Studio .NET 2003 para o 2005, sendo que ele foi adquirido há apenas dois anos e já não irá atender as expectativas, pois o novo Framework exige esta nova versão do ambiente de desenvolvimento (este é outro ponto que eu acho terrível: ter que trocar de IDE em tão curto espaço de tempo - pior ainda foi quando houve a mudança do 2002 para 2003: 1 anos apenas!)?

Outro exemplo foi o lançamento do SmartPhone MPx220. Com exceção dos aficionados por tecnologia, não vejo motivos para uma pessoa normal comprá-lo: é muito caro; há limitações de conforto; não existe “A” aplicação que todo mundo usa e que faz as pessoas quererem um; enfim, é um equipamento para um segmento muito específico, como por exemplo, algum executivo que necessite estar conectado 24h por dia (e que precise acessar seus e-mails a qualquer momento e de qualquer lugar, por exemplo) ou alguém da área de vendas. Fora destes segmentos, o equipamento não passa de um brinquedo de luxo. Entretanto, o que se viu por aí foi um verdadeiro hype em torno dele, como se todo mundo fosse jogar fora o celular antigo e comprá-lo. É lógico que o marketing pesado da Microsoft foi um fator que influenciou, mas o que me espantou foi a facilidade com que as pessoas vestiram a camisa e gente que nunca havia ouvido falar em SmartPhones passou a desejá-lo como um sonho de consumo e a falar maravilhas dele.

Estes são apenas alguns exemplos, mas serve para ilustrar o que acontece com várias tecnologias. O que eu vejo por aí, e aqui mesmo no The Spoke, é que muitas pessoas vão no embalo, sem nem ao menos se questionar “por que?”.

Não estou dizendo que tenhamos que ser luditas e nos negar a utilizar novas tecnologias, mas sim que devemos utilizá-las de forma consciente, e não porque está na moda; assim, não deixaremos que nos empurre qualquer coisa goela abaixo.

Ricardo Oneda.