Entre os dias 14 e 18 de abril, tive a chance de participar do meu segundo MVP Global Summit, em Seattle e em Redmond, cidade onde fica o campus da Microsoft (você pode saber como foi o primeiro, no ano passado, lendo a primeira, segunda e terceira partes da série que escrevi aqui no blog). O principal objetivo desse evento é aproximar os MVPs do mundo todo com os times responsáveis pelos produtos da Microsoft e, a partir daí, poder influenciar no rumo que eles tomam, baseando-se nas necessidades que encontramos no dia-a-dia, e dar feedback diretamente para quem é responsável pelos produtos.

O evento desse ano teve duas principais novidades. A primeira foi a possibilidade dos MVPs participarem das sessões de áreas diferentes da sua especialidade. Por exemplo, um MVP em ASP.NET, neste Summit, pode assistir sessões de C#, VB.NET ou SQL Server, por exemplo. Isso foi muito bom, pois dificilmente alguém trabalha somente com uma determinada tecnologia e não tem interesse em outras. Assim, cada um pode montar sua agenda de acordo com seus interesses.

A outra novidade foram as sessões do tipo Open Space, coordenadas pelos próprios MVPs e que aconteceram no primeiro dia. Open Space é uma metodologia de condução de reuniões e eventos que, diferentemente de uma apresentação tradicional, não possui um roteiro pré-definido e nem muitas regras. Também não existe a figura do palestrante que fica lá na frente falando enquanto a platéia só ouve. Existe somente o host, que é o responsável por iniciar o debate e agir como um facilitador, mas a sessão não fica centralizada nele. Em uma sessão Open Space, a participação das pessoas é fundamental e todos que quiserem podem dar suas opiniões, tornando a discussão muito mais rica e interativa. No Brasil, este tipo de evento parece não ser muito aplicado, mas pelo que acompanho em vários blogs, nos EUA parece ser bastante difundido. Nunca havia participado de um evento desse tipo, mas tive a oportunidade de fazê-lo, tanto como participante quanto como host de uma das sessões, e posso dizer que a experiência foi bastante interessante.

Nos segundo e terceiro dias do evento, os MVPs foram para o campus da Microsoft em Redmond, onde participamos das sessões técnicas. Devido a um termo de sigilo, os MVPs não podem divulgar detalhes do que foi abordado lá, mas falando de modo geral, se no ano passado o foco estava no LINQ, neste ano falou-se muito em Silverlight. Isso não significa que as aplicações web tradicionais (HTML + JavaScript) não tenham mais futuro, tanto é que também foram abordados o que se pretende fazer nas próximas versões do ASP.NET AJAX e do ASP.NET MVC Framework.

Uma das partes mais legais de um evento como esse é a possibilidade de ver e conhecer pessoalmente verdadeiros ícones da área de TI. No ano passado foram Bill Gates, S. Somasegar, Anders Hejlsberg e Scott Guthrie. Neste ano, pude conhecer Scott Hanselman, um dos blogueiros mais famosos da área de desenvolvimento, e Phil Haack. Atualmente, ambos são os responsáveis pelo ASP.NET MVC Framework.

Ricardo Oneda e Scott Hanselman

Neste ano, não teve Bill Gates, mas houve um keynote de Ray Ozzie, que é o substituto de Bill Gates como Chief Software Architect e, entre outros projetos, foi um dos responsáveis pelo Lotus Notes. A transcrição do que foi dito pode ser lido aqui.

Ray Ozzie

Para fechar o evento, o keynote de Steve Ballmer, CEO da Microsoft, com direito a piadinha sobre a compra do Yahoo pela Microsoft e tudo mais. A transcrição também está disponível para leitura.

Steve Ballmer  

Além do evento em si, aproveitei a viagem para fazer alguns passeios que não consegui no ano passado. Dessa vez, consegui ir a um jogo da NBA, entre o time da casa, o Seattle SuperSonics e o Dallas Mavericks, com a vitória dos Sonics por 99 a 95, num jogo emocionante decidido nos minutos finais. Aliás, não é só um jogo, mas sim, um verdadeiro show de entretenimento, do qual o jogo é só uma parte. O curioso é que este pode ter sido o último jogo do time em Seattle, já que seu novo dono pretende mudá-lo para Ocklahoma, o que os torcedores e a cidade não querem deixar, naturalmente.

Key Arena

Também pude ir ao Experience Music Project, uma espécie de museu dedicado à música e onde você também pode tocar vários instrumentos, e ao Science Fiction Museum, o museu que conta a história e evolução da ficção científica, com réplicas de vários personagens de filmes do gênero. Gostei bastante, pois são assuntos que me interessam.