Continuando o assunto do meu post anterior, como prometido, vou falar um pouco sobre a revista Info Exame.
Apesar de ter sido a primeira revista de informática que comprei (no longínquo ano de 1993, quando ela ainda se chamava Informática Exame), a Info Exame é uma revista que perdeu o meu respeito conforme o tempo passou. Não acho que podemos considerá-la uma revista de informática. Talvez uma revista de negócios seja uma melhor definição, mas ainda assim não seria uma boa definição. Talvez seja esta indefinição que torne a Info uma revista tão sem sal. Acho que ela seria melhor definida como uma revista genérica, assim como outras publicações da editora Abril, como a Veja e a Você S/A: as matérias são superficiais (talvez por serem escritas por jornalistas e não por profissionais da área); você sempre tem a impressão de que já viu ou ouviu falar o que é publicado, ou seja, nada é novidade; muitas reportagens passam a impressão de que foram encomendadas; quantidade excessiva de propaganda; sempre tentam te vender algo que será a solução de todos os problemas da área de TI; isso sem falar na total ausência de artigos técnicos e voltados para a área de desenvolvimento.
Outra coisa irritante são as matérias de capa. Vocês já perceberam que elas se alternam freqüentemente? Reparem que em todos os anos, sem exceção, sempre são escritas matérias sobre: 100 (ou 50) programas freewares e sharewares (ou utilitários) que não podemos deixar de ter, 100 (ou 50) melhores sites da Internet, 100 (ou 50) dicas de segurança para evitar que nossos computadores sejam invadidos por hackers malvados ou vírus ou spam ou…, como “turbinar” o PC (ou guia de upgrade), como conseguir o emprego dos seus sonhos, e toda aquela baboseira de sempre. E isso pode ser confirmado no próprio site dela: vejam as edições de 2004, 2003 e 2002, por exemplo.
Lembro-me de que há uns 7 ou 8 anos a Info começou a publicar alguns artigos da Dr. Dobb’s Journal, uma revista americana voltada para desenvolvimento. Pela primeira vez vi artigos de qualidade e fiquei entusiasmado. Infelizmente, a coluna só foi publicada durante uns 4 meses. Uma pena mesmo.
Ricardo Oneda.