Segundo a lei de Moore, a capacidade de processamento dos chips dobra a cada 18 meses, enquanto que os custos permanecem constantes (não confunda com a lei de Murphy, que diz que, “se alguma coisa pode dar errado, dará”!). Gordon Moore é um dos fundadores da Intel, e ele fez essa constatação em 1965.  Quarenta anos se passaram desde então, muita coisa mudou e evoluiu, mas essa lei tem se mantido como  uma verdadeira profecia. Essa evolução da capacidade de processamento tem acontecido, basicamente, através do aumento da velocidade do processador, que por sua vez é conseguido pela adição de mais, e menores, transistores em chips, também cada vez menores.

Isso pode ter funcionado bem nos últimos tempos, mas não é difícil perceber que existem limites que serão confrontados, cedo ou tarde. O primeiro limite é o de ordem física, já que chegará um momento em que não será mais possível diminuir o tamanho dos transistores e dos chips. O segundo é o aumento do aquecimento e do consumo de energia, gerados pela concentração de mais e mais transistores em chips menores, o que pode provocar falhas. O terceiro problema é financeiro, pois os investimentos necessários para se pesquisar e fabricar processadores são maiores a cada geração. Colocado desta maneira, parece ser o fim da lei de Moore.

É aí que entram os processadores dual-core, ou com dois núcleos. Com eles, a necessidade de se diminuir o tamanho dos componentes para aumentar o clock não é mais obrigatória para aumentar a capacidade de processamento. O trabalho pode ser dividido entre vários núcleos (já se fala em processadores com 4 e 8 núcleos). Isso também evita o superaquecimento e o aumento no consumo de energia. A Intel anunciou recentemente a comercialização destes processadores para desktops e notebooks, batizados de Core 2 Duo. No começo, o preço desses chips deve ser um pouco salgado, mas a tendência é que se tornem mais baratos com o aumento de escala de vendas. Se você pretende comprar um computador logo, talvez seja mais interessante aguardar um pouco, até porque tem também o Windows Vista, que está previsto para ser lançado no começo do ano que vem e que irá rodar melhor em um computador equipado com um chip dual-core. Se quiser saber mais sobre essa tecnlogia, leia uma FAQ sobre o assunto.

Ricardo Oneda.