Há alguns meses, ainda no meu antigo blog do theSpoke, escrevi sobre os problemas que podem surgir da tentativa de popularização dos computadores pessoais. Naquela ocasião, comentei que, apesar dos computadores estarem sendo tratados como eletrodomésticos, eles ainda estavam longe de se enquadrarem nessa categoria.
Lembrei-me disso quando achei por acaso, no site da PC Magazine brasileira, um artigo do John C. Dvorak exatamente sobre este assunto. No artigo O mito do computador como eletrodoméstico, ele explica, de uma maneira um tanto sarcástica, como já é costume em seus textos, porque o computador não pode ser considerado um eletrodoméstico. Segundo ele, o principal motivo é a complexidade e a quantidade de funcionalidades que essas máquinas adquiriram e continuam a agregar. Isso não torna os computadores ferramentas de utilização simples, como muitos gostariam que fossem.
Li o artigo e fiquei pensando como o uso de computadores poderia ser facilitado. A última grande revolução nesse sentido foi a utilização de interfaces gráficas, que de fato contribuíram bastante para a popularização dos micros. Após isso, só houve evoluções em cima do conceito. Muito ainda pode ser feito em termos de conceitos de usabilidade mas, baseado nas minhas experiências e no que vejo por aí, não sei se podemos esperar muito mais que isso. Claro, estou fazendo este prognóstico com base em meus humildes conhecimentos e na tecnologia que temos disponível hoje. Nada impede que amanhã se invente ou descubra algo revolucionário e que mude radicalmente a maneira como lidamos com essas máquinas. Mas essa hipótese muda todo o contexto e perspectiva que temos atualmente.
Uma área que há tempos é considerada promissora é a de reconhecimento de comandos por voz. Mesmo com toda evolução, ela ainda pode ser considerada precária. Também acho difícil operarmos um computador totalmente por voz algum dia. Acredito que o reconhecimento de voz será realidade no futuro, mas cuidando de operações mais simples, como operar uma TV ou geladeira, ou seja, eletrodomésticos “verdadeiros” e com funções mais bem definidas, ou então utilizando a voz para reconhecer a identidade de uma pessoa em sistemas de segurança.
O único ponto em comum entre um computador e um eletrodoméstico continuará sendo o fato de que ambos se ligam à parede por causa da eletricidade .